EMILY DICKINSON
Enviamos a Onda ao encontro da Onda –
Uma Missão tão divina,
O Mensageiro também enamorado,
Esquecendo-se de voltar,
E temos a sábia percepção ainda,
Embora feita em vão,
O momento mais sensato para deter o mar é quando o mar já partiu –
Os Poetas Mártires – não contaram
Mas moldaram a sua Dor em sílabas –
Para que quando o seu mortal nome adormecesse
O seu mortal destino – Alguns encorajasse –
Os Pintóres Mártires – nunca falaram –
Legando – antes – à sua Arte
Para que quando os dedos cônscios cessassem –
Alguns na Arte – a Arte da Paz buscassem –
É fácil inventar uma Vida –
Deus fá-lo – todos os Dias –
A Criação – apenas um Capricho
Da Sua Autoridade –
É fácil apagá-la –
A zelosa Divindade
Nem poderia conferir Eternidade
Ao que é Espontâneo –
Os Padrões Destruídos murmuram –
Mas o Seu Plano Impassível
Prossegue – colocando Aqui – um Sol
Ali – deixando de fora um Homem –
Aquele a quem lanço um Olhar Amarelo –
Ou um Polegar decidido –
Embora mais do que Ele – possa eu viver
Mais do que eu – viverá Ele
Pois tenho apenas o poder de matar,
Sem ter – o poder de morrer -
Os Poetas ateiam apenas Chamas –
Eles próprios – extinguem-se –
Os Pavios que acendem –
Ainda que Luz vital
Existem como Sóis –
Cada Idade uma Lente
Disseminando-se
Em Circumferência –
EMILY DICKINSON (1830-1886)
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