TARDE DE MÚSICA
Só Schumann, meu Amor! Serenidade...
Não assustes os sonhos...Ah! não varras
As quimeras...Amor, senão esbarras
Na minha vaga imaterialidade...
Liszt, agora, o brilhante; o piano arde...
Beijos alados...ecos de fanfarras...
Pétalas dos teus dedos feitos garras...
Como cai em pó de oiro o ar da tarde!
Eu olhava para ti...«é lindo! Ideal!»
Gemeram nossas vozes confundidas.
- Havia rosas cor-de-rosa aos molhos -
Falavas de Liszt e eu...da musical
Harmonia das pálpebras descidas,
Do ritmo dos teus cílios sobre os olhos...
FLORBELA ESPANCA(1894-1930)
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